Superlotação faz Hospital Risoleta Neves, em BH, atender apenas casos graves
14/07/2025
(Foto: Reprodução) Pacientes aguardam atendimento no Hospital Risoleta Neves, que registrou superlotação nesta segunda-feira (14)
Reprodução/TV Globo
O Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Belo Horizonte, restringiu temporariamente os atendimentos no pronto-socorro. Nesta segunda-feira (14), a unidade está recebendo apenas pacientes em situação de emergência ou muita urgência — ou seja, com risco de morte ou que exigem cuidado imediato.
A decisão foi tomada após superlotação. O hospital tem capacidade para atender 90 pessoas simultaneamente, mas, por volta das 14h, havia 181 no local. É a terceira vez neste ano que a instituição adota esse tipo de restrição por causa da alta demanda.
Segundo a administração da unidade, o número de casos graves começou a crescer na sexta-feira (11). Como muitos pacientes precisam de internação, os leitos ficam ocupados por mais tempo, o que reduz a rotatividade e aumenta a fila de espera.
"A diretoria da instituição já notificou a situação à Rede de Urgência e Emergência de BH, solicitando apoio no processo de referenciamento para outras unidades da Rede SUS", disse o Hospital Risoleta Neves, em nota.
O hospital também informou que está tomando todas as medidas para reavaliar os doentes, agilizar exames e diagnósticos e assegurar altas médicas. A assistência para quem já está dentro da unidade será garantida.
"Cabe esclarecer que os pacientes atendidos na triagem e classificados como não-críticos serão informados sobre a situação. Para estes casos, a orientação será procurar outra unidade de saúde pública de referência. O usuário que decidir aguardar estará ciente das limitações de atendimento", afirmou a instituição.
Longa espera e frustração
A situação tem gerado indignação entre pacientes e familiares. Dona Maria da Conceição, de 93 anos, procurou o hospital com dores na perna após uma cirurgia recente. De acordo com a família, mesmo com a idade avançada, ela não teve prioridade no atendimento.
"Vamos procurar outro hospital. 'Tá' suspenso o atendimento por superlotação. Deram previsão de 12 horas em diante... não é antes não!", relatou o vigia Adamo Cairo Gonçalves, sobrinho da idosa.
A faxineira Franciela Santiago chegou com dores abdominais à unidade no início da tarde. Três horas depois, ainda não havia passado pela triagem.
"Até agora, nada. Tem gente aqui desde 10h e nada de chamar. Dá raiva, né? Muita gente passando mal aí esperando, mas nada de atender", contou a mulher.
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