'Farei justiça aos meus companheiros', diz Eduardo Siqueira após ter prisão revogada e retornar à Prefeitura
18/07/2025
(Foto: Reprodução) Trecho do pronunciamento de Eduardo Siqueira Campos após ter prisão revogada
Em vídeo publicado nas redes sociais após ter a prisão revogada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (17), Eduardo Siqueira Campos (Podemos) disse que fará "justiça aos seus companheiros". O prefeito de Palmas foi afastado do cargo e preso durante operação da Polícia Federal que investiga o suposto vazamento de informações sigilosas no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
"Eu mal comecei, então as mangas estão arregaçadas para recuperar o tempo perdido. Eu não tenho tempo para amarras. Eu não tenho tempo para carregar ódio nesse coração. Eu só farei justiça aos meus companheiros que, humilhados, serão exaltados. Assim diz a palavra do Senhor”, disse Eduardo Siqueira.
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Durante os 20 dias que ficou afastado, Eduardo viu seu secretariado ser desmontado. Foram pelo menos nove saídas, entre secretários, presidentes de órgãos e procurador-geral do município, com os substitutos sendo nomeados pelo vice-prefeito, Carlos Velozo (Agir).
"Este é o meu sentimento e óbvio que todos aqueles que estavam ajudando Palmas, com alegria da população, com os índices de aprovação, essas pessoas retornam junto comigo para nós arregaçarmos as mangas por vocês e para vocês", afirmou o prefeito.
Eduardo Siqueira postou vídeo com pronunciamento nas redes sociais
Reprodução/Instagram Eduardo Siqueira
Ainda durante o pronunciamento, Eduardo afirmou que irá retornar imediatamente à prefeitura e aos serviços. A previsão é de que uma edição extra do Diário Oficial do Município seja publicada ainda durante a manhã com nomeações feitas pelo prefeito.
“Neste momento, meus olhos, meu coração, meu trabalho estão voltados para Palmas. E a partir daí eu poderia ser chamado de um bom conselheiro para quem ainda quiser ouvir, mas o povo de Palmas verá essa cidade retomar rapidamente o ritmo de obras, a presença do prefeito.
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Entenda a soltura
O prefeito de Palmas estava preso desde o dia 27 de junho deste ano, quando ocorreu uma nova fase da Operação Sisamnes. Ele foi levado para o Quartel do Comando Geral (QCG) após o cumprimento do mandado de prisão preventiva deferido pelo ministro do STF Cristiano Zanin, relator do processo.
Até esta quinta-feira, o prefeito afastado cumpria prisão domiciliar. O benefício foi concedido a Eduardo após ele sofrer um infarto dentro do local onde estava no QCG.
Na decisão, o ministro atendeu ao pedido da defesa, que argumentou que a investigação não tem relação com a função pública exercida pelo prefeito, tornando desnecessário o afastamento do cargo. Ao autorizar o retorno às atividades, o Zanin também considerou que a revogação da prisão era necessária para viabilizar os deslocamentos exigidos pelo exercício da função pública de Eduardo.
Porém, o ministro manteve as cautelares de proibição de contato com outros investigados e de sair do país, com retenção do passaporte. A decisão não se estende aos outros dois presos na operação, o advogado Antônio Ianowich Filho e policial civil Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz.
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Eduardo Siqueira Campos, prefeito de Palmas
Flávio Cavalera/Prefeitura de Palmas
Infarto na prisão
Eduardo teve fortes dores no peito enquanto estava preso no Quartel do Comando Geral (QCG), em Palmas na madrugada do dia 8 de julho e precisou ser submetido a uma angioplastia de emergência. O procedimento foi realizado no Hospital Geral de Palmas (HGP), para onde foi levado após ser atendido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O político teria sentido dor torácica intensa, náuseas, sudorese e mal-estar geral. Segundo o diagnóstico Eduardo sofreu um infarto agudo do miocárdio. Após um cateterismo cardíaco de emergência, ainda foi identificada obstrução significativa na artéria principal do coração.
Ele ainda precisou passar por um implante de stent para restaurar o fluxo sanguíneo cardíaco. Segundo a Secretaria e Estado da Saúde (SES), o procedimento transcorreu com sucesso, sem intercorrências.
No mesmo dia, o STF concedeu a prisão domiciliar, levando em consideração o estado de saúde do prefeito, conforme pareceres médicos requisitados antes mesmo da internação.
Na época, a decisão não atendeu os outros dois presos na operação, o advogado Antônio Ianowich Filho e policial civil Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz. A defesas deles informaram que não iriam se posicionar.
Eduardo ficou internado em observação até o dia 11 de julho, quando recebeu alta hospitalar. Conforme boletim médico, Eduardo teve uma evolução clínica favorável e possuía, na data, condições para continuar o tratamento em ambiente domiciliar.
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Entenda a investigação no Tocantins
A investigação envolvendo os políticos do Tocantins está inserida em um grande inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal, sob relatoria do ministro Cristiano Zanin. A Operação Sisamnes investiga crimes de obstrução de justiça, violação do sigilo funcional, corrupção ativa e passiva.
Conforme a PF, foi identificada uma rede clandestina de monitoramento, comércio e repasse de informações sigilosas sobre o andamento de investigações sensíveis supervisionadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O vazamento das informações acabava frustrando o andamento de operações policiais.
Eduardo Siqueira é um dos alvos no inquérito que apura suposto vazamento de informações sigilosas no âmbito do STJ. Além do político o seu advogado e o policial civil também foram alvos das investigações e presos. Os mandados foram determinados pelo ministro Cristiano Zanin.
As prisões foram determinadas após representação da Polícia Federal e contaram com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
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